25 de ago. de 2009

Técnico de futebol precisa de diploma; jornalista, não!

Ricardo Kotscho

Caros leitores,

Deu até chamada de capa de jornal: por imposição da Fifa, a CBF determinou que os técnicos de futebol precisarão fazer um curso para obter um diploma que os habilite a exercer a profissão. Que beleza! Será que o supremo presidente do STF, Gilmar Mendes, que recentemente acabou com a obrigatoriedade do diploma para ser jornalista em nosso país, já está sabendo disso? Não vai tomar nenhuma providência?

Num país em que agora qualquer um pode ser jornalista, sem qualquer curso ou exame de acesso à profissão, para ser técnico de futebol vai precisar de diploma. Na verdade, essa exigência já existia, pois, pela legislação brasileira, os técnicos de futebol deveriam ser formados em Educação Física, mas isto nunca foi cumprido _ como, aliás, também nunca foi cumprida a obrigatoriedade do diploma de jornalista, mesmo quando isso estava na lei.

Gostaria muito de saber qual o critério. Por acaso um técnico de futebol sem diploma pode causar à sociedade estragos maiores do que um jornalista desqualificado, como tantos que temos por aí? Não precisamos ir tão longe: por que os advogados como Gilmar Mendes, para exercer o ofício, além de obter o diploma, precisam fazer o exame da OAB, que fiscaliza o acesso e o exercício da profissão?

O STF acabou este ano com qualquer regulamentação para a atividade jornalística, seja para profissionais ou para as empresas de comunicação social, transformando o setor numa terra de ninguém, sem leis que estabeleçam limites e responsabilidades.

Nas centenas de debates sobre a profissão de jornalista de que participei nos meus mais de 40 anos de carreira, nunca fui um defensor intransigente do diploma, pois admito que pessoas com formação em outras áreas, ou mesmo sem canudo nenhum, possam exercer este ofício, desde que se respeitem certas regras para que a sociedade possa se defender de nós.

O direito de resposta, por exemplo, agora dependerá da cabeça de cada editor ou de cada juiz, sem nenhuma normatização.Fico muito à vontade para tratar do assunto porque, embora tenha feito parte da primeira turma da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), nunca cheguei a me formar.

Sou até hoje um jornalista sem diploma, como tantos contemporâneos meus, mas sempre defendi que a atividade seja regulamentada e fiscalizada para evitar os abusos contra a ética profissional, como ocorre em qualquer outro setor.

Defendo, por exemplo, a criação de um orgão nos moldes do Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária), que há quase 30 anos controla e pune agências, anunciantes e veículos que não cumprem o seu código de ética.

Ou o Estado estabelece as regras do jogo ou as empresas e os profissionais da área de comunicação social precisam se auto-regulamentar em defesa não apenas deles próprios, mas da sociedade brasileira.

Se até o futebol já tomou esta providência, é muito estranho, inexplicável, eu diria, que uma atividade tão importante e sensível para a nossa democracia como o jornalismo permaneça neste vazio jurídico deixado pelo STF.

Fonte: Balaio do Kotcho http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/

18 de ago. de 2009


"Quero encontrar algo nesse mundo que me traga, a cada noite, a dádiva de um cansaço bom. Que me permita olhar para as horas vividas com uma clara convicção de que valeu a pena vivê-las. Que me conduza ao sono sereno que nasce depois dos desafios que o coração compra. Que me convide a desejar um novo dia, certa de que haverá um motivo para o qual levantar. E por sabê-lo, por lembrá-lo, eu possa experimentar a paz de adormecer sorrindo."

Ana Jácomo

17 de ago. de 2009

Mimo recebido


Ganhei um selo de ouro da amiga Renata Novacosque.

Regras:

1. Exiba a imagem do selo “Blog de Ouro”.

2. Poste o link do blog de quem te indicou.

3. Indique blogs de sua preferência. Ele une todas as coisas (Beatriz Sampaio) e Paula Fernnandes.

4. Avise seus indicados.

5. Publique as regras.

6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo.

Jornalistas de fato, mas sem direitos


DISCURSO TURMA:
JORNALISTAS DE FATO, MAS SEM DIREITOS.
UNICAP 2009.1


Boa noite a todos!

Em primeiro lugar, quero agradecer por ter sido escolhida para falar em nome de todos os formandos. É uma honra representar essa turma que durante 4 anos passou por poucas e boas...

Mas porque entre tantas profissões fomos escolher jornalismo? Cada um deve ter seu motivo, contudo um parece ser inerente a todos os que decidem ser jornalista: a vontade de mudar o mundo. Essa doce e amarga ideia nos uniu neste sonho. Mas nem todo mundo compreendia isso... Muitos achavam que o glamour é que nos atraia e por várias vezes tivemos que escutar aquela pergunta clássica: “Você vai apresentar o Jornal Nacional?”... E retribuíamos com um sorriso sem graça. Descobrimos que jornalismo não se resume a sentar diante da bancada do Jornal Nacional e apresentá-lo. É muito mais que isso. Envolve caráter, responsabilidade, ética, sensibilidade, isenção e técnica.

Vamos voltar um pouquinho no tempo...

Em agosto de 2005, chegamos à Católica prontos para encarar uma nova fase em nossas vidas. Primeira aula: Introdução ao Jornalismo, com Maria Cleidjane. Apresentações à parte, a sisuda professora tratou logo de mostrar que os 4 anos de faculdade não seriam fáceis. E realmente não foram. Entre descobertas, desilusões, fins de semanas estudando e alguns cochilos durantes as aulas... Finalmente chegamos ao fim do começo.

Sofremos, mas nos divertimos, e muito! Sobrevivemos a Habermas, Chomsky e companhia limitada. Entre pontos, vírgulas e crases, lá estava Neide Mendonça, uma elegante senhora sem papas na língua.

S-A-L-V-E-M! Fala sério... Álvaro arrastava as cadeiras, fazia barulho e perturbava o nosso juízo. Tudo isso para aprendermos a nos concentrar na matéria que estávamos redigindo. E não é que funcionou?!

Há pessoas que são inesquecíveis. Uma delas é a nossa mãezona, Aline Grego. Doce quando devia ser e dura quando precisávamos ouvir algumas verdades. Mãe, amiga, conselheira, mestre... Uma alma perfumada!

Vlaudimir Salvador quebrava os nossos galhos e puxava as nossas orelhas. Tudo porque acreditava que temos talento para fazer sempre mais e melhor. Bené, escondia por baixo daquela fama de mau e exigente, uma pessoa doce e compreensiva.

Ricardo Melo sempre lutando para que nós pudéssemos enxergar os que são excluídos da grande mídia. Dar vez e voz a essas pessoas foi a nossa tarefa na disciplina de Comunicação e Cidadania.

As aulas de fotojornalismo com Renata Victor revelaram alguns talentos e nos fizeram enxergar a vida por outros ângulos e lentes. Como esquecer das aulas de Metodologia Científica com José Tadeu... Pelo amor de Deus o que eram aquelas aulas? (?) E as de Xoxioloxia? Uma comédia...

O pouco tempo me impede de citar todos os professores, mas não dá para deixar de lembrar de Adriana Dória, Figuerôa, Paula Reis, Fradique, Núbia, Libório, Carla Teixeira, Anastácio, Nadilson, Arminda, o Informante (ou melhor Heitor Cunha) e o simpático Marcelo Abreu (brincadeirinha...)

Nossa turma mais parecia uma redação de jornal. Tinha o pessoal da editoria de cultura, política, economia, esportes... Tinha os que amavam cinema e TV, outros rádio. E ainda os que preferiam impresso, foto ou online. Isto só prova o quanto o jornalismo é dinâmico e democrático...

Mas nem tudo são flores... E no fim do curso nos deparamos com a ridícula decisão do Supremo Tribunal Federal que decretou o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Na semana da apresentação dos nossos projetos experimentais recebemos esse “presente de grego”. Nada mais desestimulante, mas que não nos fará desistir. A arte de fazer jornal diário precisa, sobretudo, de ética e técnica. Não se brinca com a opinião das pessoas. E quais interesses os senhores ministros defendem? Eles se dizem defensores da liberdade de expressão. Será isso mesmo? Querem fazer do nosso diploma papel de pão, mas não conseguirão porque lutamos anos por ele e nenhum desses dias foi em vão... Excelentíssimos ministros, os senhores tentaram acabar com o diploma, contudo nunca destruirão os nossos sonhos. Somos Jornalistas de fato, mas sem direitos. Graças aos senhores...

Já passamos por quase tudo nessa vida... Tivemos que responder questões de Comunicação Visual em 4 linhas... Fomos a segunda turma a encarar o novo currículo, fomos à Toritama, cobrimos a Feira da Beleza, tiramos fotos em Olinda, Igarassu e Itamaracá. Fizemos o Berro, que até hoje não foi impresso... Conhecemos pessoas legais, estranhas, engraçadas, famosas... Faltou energia no nosso culto ecumênico e lutamos para que nossas escovas permanecessem intactas mesmo embaixo de tanta chuva. Entre trancos e barrancos, apurações, entrevistas, decupagens, pilhas de livros e jornais pra ler, debates, reportagens, stand ups e resenhas, aqui, estamos nós. Talvez, não tenhamos mudado o mundo, mas tenho certeza que não somos mais os mesmos. Mudamos nós. E, é assim que o mundo começa a mudar...

Vamos aos agradecimentos...

Em primeiro lugar, agradecemos a Deus nossa luz e força. Nossa gratidão aos nosso paitrocínios e mãetrocínios, investidores dessa loucura, aventura e responsabilidade que é ser jornalista. Amamos vocês! Gostaria de agradecer, particularmente, ao meu pai que está juntinho de Deus e que foi o meu maior incentivador. Pai, te amo!

Não poderíamos esquecer dos professores. Ou melhor, dos nossos mestres, que nos ensinaram que a comunicação é uma arma poderosa e devemos usá-la com ética e responsabilidade. Alguns, além de professores, assumiram o papel de amigos. Obrigada por tudo!

Aos funcionários que tantas vezes nos ajudaram na produção das nossas reportagens e trabalhos acadêmicos. Ao pessoal do estúdio de TV e rádio, do laboratório de redação e da secretaria.

Aos nossos familiares e amigos, que não deixaram de torcer por nós e hoje celebram a nossa conquista.

Agradeço a todos vocês que feito eu acreditaram na loucura sã da coragem de ser jornalistas. O salário é pequeno, mas a recompensa é imensa. Todos vocês perfumam a minha vida. Deus os abençoe...

Chegamos ao dead line e concluo com um trecho escrito pela jornalista carioca Ana Jácomo. "Quero encontrar algo nesse mundo que me traga, a cada noite, a dádiva de um cansaço bom. Que me permita olhar para as horas vividas com uma clara convicção de que valeu a pena vivê-las. Que me conduza ao sono sereno que nasce depois dos desafios que o coração compra. Que me convide a desejar um novo dia, certa de que haverá um motivo para o qual levantar. E por sabê-lo, por lembrá-lo, eu possa experimentar a paz de adormecer sorrindo."

Caros Jornalistas, o eterno aprendizado é o próprio fim.

Parabéns a todos nós!!!

Renata Gabrielle - jornalista

"O eterno aprendizado é o próprio fim"


Foi com esta frase que conclui o meu discurso de formatura. Jorge está tão presente na minha vida, que mais parece da minha família. Ao longo desses quatro anos de universidade, suas músicas foram um bálsamo nos momentos difíceis e embalaram momentos alegres e reflexivos.
Eu e a vida foi tema do clipe que montei com fotos da minha turma. Todos diziam: "Tinha que ser com uma música de Jorge". rsrs E tinha mesmo.

Quando ouviam falar de Jorge, associavam logo à minha pessoa. rsrs E eu ficava toda boba... Foi um professor de rádio que me proporcionou o meu primeiro encontro com Jorge, na Rádio Jornal. Foi uma tentativa de entrevista que por conta da agenda lotada dele, não deu certo. Então meu lado fã aproveitou a oportunidade. Conversamos. Ele perguntou onde eu estudava, disse que também era jornalista... E pude perceber que de alguma forma ele lembrou de mim (dos shows). Foi um momento único, que a minha profissão (embora não tivesse trabalhando) me presenteou.

Na minha aula da saudade, inesperadamente... Começou a tocar Que nem maré seguida de outras canções do nosso jardineiro. Era um CD que eu tinha dado a um professor de presente. No momento, fingi que nem era comigo. Mas por dentro estava dando pulos de alegria. Em um momento em que a saudade batia, Jorge estava lá. Logo o professor comentou comigo: "Está ouvindo? Nem se eu tivesse combinado dava certo. Que coincidência..." Não foi coincidência, eu bem sei. Foi providência. Deus sabe o quanto Jorge é especial pra mim. E sempre me ccontempla com momentos como este.

Hora de escolher a música da entrada no baile. Claro que seria uma música de Jorge. Mas não foi. Escolhi Pescador de ilusões, do Rappa. Era a música que representava o momento que eu vivia com o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Eu queria dizer que valeu a pena... Fui cobrada por não ter entrado com uma música de Vercillo. "Como assim você não entrou com uma música de Jorge? Renata sem música de Jorge?" rsrs Impossível Jorge ficar de fora. Minha resposta: Havia frases dele no discurso. Embora poucas pessoas pudessem perceber, eu sabia que de alguma forma ele estava perfumando aquele momento. "Ah, bom..." Respondeu uma das meninas que me questionou. Além do mais, a rua do buffet era Rua Sant'anna. O sobrenome dele. Jorge Luís de Sant'anna Vercillo, você une todas as coisas.

Obrigada por tudo!
Te amo como a um irmão. E é isso que você é porque "todos nós somos um".

9 de ago. de 2009


"Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura. Esses, sim, são os bons. Eu só escrevo para fazer afagos. E porque eu tinha de encontrar um jeito de alongar os braços. E estreitar distâncias. E encontrar os pássaros: há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez). Uns escrevem grandes obras. Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, embaixo das portas."

Rita Apoena

Deus é pai


"(...) aquele homem não era Deus,
Aquele homem era meu pai
E foi assim que eu descobri
Que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus
Revela-me Deus com seu
Jeito infinito de ser homem."


Pe. Fábio de Melo

Pai, para você o meu infinito amor


Doze. Há doze anos o meu Dia dos Pias não é o mesmo. Perdeu o tom, a cor... Nele há um vazio físico, uma ausência de carinhos, abraços e presentes. Eu não preciso enfrentar longas filas para comprar um presente. E, é com tristeza que digo isso. Como eu queria passar vários minutos numa loja cheia escolhendo o melhor presente. Tento conter as lágrimas, mas elas teimam em rolar pelo meu rosto. Só quem perdeu um amor sabe o que sinto. A dor lancinante do início com o tempo se transforma numa doce e pungente saudade.

Só sente saudade quem amou e foi amado. Pela definição da jornalista Ana Jácomo: "Saudade são paisagens de momentos vividos... imagens que eternizam-se enraizadas não na mente, mas no coração." Saudade é bom sentir. Mesmo aquelas que nunca passam. Restou a lembrança do perfume, das palavras benditas, do sorriso, da amizade, do amor...

Painho, queria tanto ter você aqui. Tenho certeza que estarias feliz e dançarias comigo a valsa da minha formatura, assim como aquela do ABC. Muita coisa mudou. Não sou mais a mesma. Cresci, amadureci... Aquela menina que se atrapalhava com os cálculos matemáticos, se apaixonou pelas palavras e se tornou jornalista. Contudo algo continua do mesmo jeitinho: o senhor ainda é o meu herói e assim será por toda a eternidade. O meu amor e admiração pelo senhor? Ah, esses cresceram...

Meu presente será as minhas orações e o meu amor infindo. Fico com a certeza de que continuas velando e torcendo por mim como sempre foi. Obrigada por tudo, tudo, tudo...

Então respiro macio e agradeço a Deus por ter tido o privilégio de por doze anos chamar de pai o meu anjo da guarda.

Te amo!

Feliz Dia dos Pais a todos os pais!

5 de ago. de 2009


"Lugar que tem chuva, tem felicidade
Amor que não chora, não sente saudade."

Luiz Gonzaga

4 de ago. de 2009


"E a palavra vem
Pequena, querendo se fazer no silêncio
Querendo se fazer de oração
Baixinha como a altura da intenção..."