29 de mar. de 2009

Que Deus não permita que eu perca o romantismo


Que Deus não permita que eu perca o romantismo, mesmo sabendo que as rosas não falam...

Que eu não perca o otimismo, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre...

Que eu não perca a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...

Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...

Que eu não perca a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda...

Que eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia...

Que eu não perca a vontade de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...

Que eu não perca a garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos...

Que eu não perca o sentimento de justiça, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu...

Que eu não perca a beleza e a alegria de ver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...

Que eu não perca a vontade de ser grande, mesmo sabendo que o mundo é pequeno...

E acima de tudo...

Que eu jamais me esqueça que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois...

A vida é construída nos sonhos e concretizada no amor!

Autor desconhecido

27 de mar. de 2009

Você tem o dom de escutar?



Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar.

Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.

Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem.

Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado". Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou". Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia e que de tão linda nos faz chorar.Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

Rubem Alves

25 de mar. de 2009

Fazendo a diferença


Sem usar caneta e papel, tente responder a estas perguntas:

1. Cite as cinco pessoas mais ricas do mundo hoje.

2. Cite os últimos vencedores da corrida de são silvestre.

3. Cite dez pessoas que ganharam o prêmio nobel ou pulitzer.

Tente, agora, responder esta segunda parte do questionário:

1. Cite dois professores que fizeram diferença em sua vida.

2. Cite três amigos que estiveram ao seu lado durante um período difícil.

3. Cite uma ou duas pessoas que acreditaram em você e que pensam em você
como alguém de valor.

Como foi dessa vez? Aposto que teve sucesso. Na verdade, se houvesse tempo suficiente, você poderia ter citado mais nomes para cada pergunta. Por quê? Porque as pessoas que fazem diferença na vida não são aquelas com as credenciais mais impressionantes. Não são sequer indivíduos que ganharam mais prêmios, nem aqueles cujos rostos aparecem nas capas de revistas.

É interessante que, quando se trata de heróis genuínos, a aparência exterior nada significa. O qi deles ou o desempenho que tiveram na escola não faz diferença alguma para nós. Nada disso importa. O que vale são as qualidades notáveis que os tornaram memoráveis.
Não ligue para as barreiras tolas levantadas pela sociedade ou pela própria pessoa. Avance confiante e faça diferença.

(texto adaptado do livro Fênix de Daniel Carvalho Luz)

24 de mar. de 2009

Chegada do Outono


Uma árvore em flor fica despida no outono.
A beleza transforma-se em feiúra, a juventude em velhice e o erro em virtude.
Nada fica sempre igual e nada existe realmente. Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente
O renovar das estações é necessário à natureza
Assim, como o renovar da esperança em nossos corações...