30 de set. de 2009

doce, doce, doce...


l "Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce.(...)repito sete vezes para dar sorte: que seja doce, que seja doce, que seja doce, e assim por diante..." l

29 de set. de 2009


[ Não é a todo mundo que eu permito aproximação, mas entrego o meu universo inteiro nas mãos de quem conquista minha confiança. Ter meu sorriso ou minha lágrima é questão de merecimento. Quanto aos meus queridos... Minha família não calcula o amor que tenho por ela. Eles não são bons em matemática. Meus amigos de verdade não sabem o quanto eu os quero bem. Eles são poucos e eu os conto nos dedos de uma mão só, mas valem mais que os 900 amigos do seu Orkut juntos. E o meu coração? Ele é bom, mas é burrinho. Não dou ouvidos a ele. Ou talvez, por não ouvi-lo, então a burra seja eu. ]

Teresa Roberta Soares - jornalista

16 de set. de 2009

O chamado do amor


Tudo o que sabemos a respeito do amor é inacabado. A cada pretensa linha de chegada, o nosso entendimento se depara com uma nova linha de partida. A cada porta atravessada, encontramos outra, mais à frente, para ser aberta.

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz. A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.

De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.

Ana Jácomo
www.anajacomo.blogspot.com


15 de set. de 2009

Os dias da semana

No Império Romano septimana era a semana, ou seja, as sete manhãs, de origem babilônica. Os nomes dos dias aludiam aos deuses e a corpos celestes. O dia do Sol, dies Solis, o dia de Saturno,dies Saturni e os demais dedicados à Lua, dies Lunae, (segunda), a Marte, dies Martis, (terça), a Mercúrio, dies Mercurii, (quarta), a Júpiter, dies Iovis, (quinta) e a Vênus, dies Veneris, (sexta).

Com o tempo, a Igreja baniu os nomes pagãos dos dias, e oficializou as feiras. O domingo passou a ser dedicado a Deus, o dies Dominicus, dia do Senhor, e o sábado manteve o nome de sabbatum, derivado do hebraico shabbath, descanso, último dia da semana, consagrado pelo Velho Testamento. Mas por que as feiras, de segunda a sexta? É que nesses dias, no adro das igrejas, os agricultores medievais realizavam suas feiras e fechavam negócios.

O idioma português acompanhou o latim. Domingo é o primeiro dia da semana, segunda-feira o segundo, e assim por diante, até a sexta-feira.

Deuses, planetas e outros corpos celestes permaneceram designando os dias da semana em outros idiomas. Em inglês, domingo é o dia do Sol, Sunday, (sun, Sol) segunda é o da Lua, Monday(moon, Lua), mas os demais se originam da mitologia nórdica: a terça, Tuesday, day of Tiu, o dia de Tiu, deus da guerra; a quarta, Wednesday, day of Woden, dia de Woden, ou Odin, o deus correspondente a Mercúrio; a quinta, Thursday, day of Thor, o deus do trovão; e sexta, Friday,day of Frigg, a esposa de Woden.

Em francês e espanhol temos, respectivamente: a segunda, lundi e lunes, relativa à Lua; a terça,mardi e martes, relativa a Marte; a quarta, mercredi e miércoles, relativa a Mercúrio; a quinta,jeudi e jueves, relativa a Júpiter; e a sexta, vendredi e viernes, relativa a Vênus.

Isso, sem falar na nomenclatura dos dias e dos meses instituída pela Revolução Francesa, de que falaremos proximamente. Seja como for, homenageando o firmamento, as divindades, os agricultores ou as forças da Natureza, enquanto o mundo gira e os homens se engalfinham, o Sol continua criando vida e a Lua inspirando o amor . . .

Fonte:
www.marciocotrim.com.br

Marcio Cotrim tem uma coluna semanal no jornal Diario de Pernambuco entitulada 'Berço da Palavra', onde ele revela a origem de expressões que usamos no nosso cotidiano.Outras expressões do Berço da Palavra podem ser encontradas nos livros "O Pulo do Gato" e "O Pulo do Gato 2".

Neblina


[Restava só um fio de esperança.
Muito pouco da criança,
que um dia eu vi dançar.]
Torquato Mariano


Todas as manhãs ele pousa na minha janela e
canta docemente...
[Como eu posso duvidar que Deus cuida de mim?]

14 de set. de 2009

sempre, sempre...



:. pra sempre .:

Drible da vaca


Antes de tudo, o berço da palavra drible. Vem do inglês dribbling, ato de driblar, gingar o corpo controlando a bola com o pé, enganar, ludibriar o adversário.

Você já viu jogo de futebol numa fazenda? Pois é, nele, quando menos se espera, uma vaca invade o campo e o jogador tem que dar o drible da vaca, ou seja, jogar a bola por um lado e sair correndo — da vaca . . . — pelo outro.

Foi o fenomenal Garrincha quem popularizou a expressão, pois ele, quando menino, era useiro e vezeiro em driblar vacas de Pau Grande — não se impressione, estou é falando do nome da cidade do Estado do Rio de Janeiro em que ele nasceu . . .

O mais célebre de todos os dribles da vaca foi o que Pelé aplicou no arqueiro uruguaio Mazurkievicz na Copa do Mundo de 1970, realizada no México. E com requinte adicional: nem tocou na bola, enriqueceu a jogada com um drible de corpo no goleiro!

Numa grande injustiça, essa obra-prima do futebol não teve final feliz: a bola não entrou, tirou tinta da trave! Mesmo assim, até hoje provoca assombro em quem revê o incrível lance do velho e fascinante esporte bretão. . .

Fonte: www.marciocotrim.com.br

Marcio Cotrim tem uma coluna semanal no jornal Diario de Pernambuco entitulada 'Berço da Palavra', onde ele revela a origem de expressões que usamos no nosso cotidiano.Outras expressões do Berço da Palavra podem ser encontradas nos livros "O Pulo do Gato" e "O Pulo do Gato 2".


"O que é belo deve ser imortal."
Rubem Alves

13 de set. de 2009

De meia-tigela


Na linguagem popular, é coisa de pouco valor. A origem da expressão nos leva aos tempos da monarquia portuguesa. Nela, as pessoas que prestavam serviço à Corte – camareiros, pajens, criados em geral – obedeciam a uma hierarquia, com obrigações maiores ou menores, dependendo do posto de cada um.

Alimentavam-se no próprio local de trabalho e recebiam quantidade de comida proporcional à importância do serviço prestado. Assim, alguns comiam em tigela inteira, outros em meia-tigela, critério definido pelo Livro da Cozinha del Rey e rigorosamente observado pelo funcionário do palácio conhecido como veador, o comprador ou dispenseiro, aquele que supervisionava as iguarias que chegavam à mesa real – na verdade, o grande fiscal da comilança palaciana.

Hoje, essa odiosa discriminação deixou de existir, mas ficou o sentido figurado da expressão, que continua designando coisas ou pessoas irrelevantes no seu meio social, agora razoavelmente alimentadas pelo vale-refeição, tão em moda entre nós . . .

Fonte: www.marciocotrim.com.br

Marcio Cotrim tem uma coluna semanal no jornal Diario de Pernambuco entitulada 'Berço da Palavra', onde ele revela a origem de expressões que usamos no nosso cotidiano. Outras expressões do Berço da Palavra podem ser encontradas nos livros "O Pulo do Gato" e "O Pulo do Gato 2".


"De alma lavada e passada..."

12 de set. de 2009


O medo de perder o teu caminho dói bem mais do que o espinho de saber que você foi. Você foi o sabor de outros sonhos, a paixão e a razão de outros delírios, que alimentam minha dor.
[Torquato Mariano]


TM

Sintaxe à vontade
O Teatro Mágico

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade, sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?

DÓ RÉ MI...

Fá, sol, lá, si, eis as notas musicais. Por assim dizer, os insumos básicos para a composição de qualquer melodia.

Seu berço nos leva ao monge beneditino Guido D’Arezzo, que viveu de
995 a 1050. Mestre do coro da catedral de Arezzo, na Itália, ele deu nome às primeiras seis notas. Para isso, utilizou as sílabas iniciais dos versos de um hino latino a São João Batista que dizia assim: “
Ut queant laxis/ Resonare fibris/ Mira gestorum/ Famuli tuorum/ Solve polluti/ Labii reatum./ Sancte Iohnnes.” Em português: “Ó São João, purifica os nossos lábios maculados a fim de que possamos celebrar, plenamente, os teus feitos maravilhosos”.

A história desse hino é curiosa. Seu autor, o italiano Paolo Diacono, depois de pegar um bruto resfriado e ficar afônico, implorou a São João que lhe fizesse voltar a voz e o pedido virou hino!

Os nomes das notas mantiveram sua forma primitiva até o século 17, quando foi acrescentada a sétima, si, pela junção das iniciais de Sancte Iohnnes. No século 18, a primeira mudou de ut para, mais sonora para ser cantada.

Por falar em música, lembremos o grande Artur da Távola: “Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão”. . .

Fonte: www.marciocotrim.com.br

Marcio Cotrim tem uma coluna semanal no jornal Diario de Pernambuco entitulada 'Berço da Palavra', onde ele revela a origem de expressões que usamos no nosso cotidiano.

Paulista - PE


Deus pintou o quadro e eu eternizei numa fotografia.
[Lindo pôr-do-sol...]

11 de set. de 2009

:. Somos um .:

[Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...
tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se
junta
tudo numa coisa só?]

Cair a ficha


A expressão ainda é bastante popular, mas já não faz sentido, pela simples razão de que não se usa mais ficha para falar em telefone público. Agora é cartão.

Vale a pena contar um pouco de história. Desde 1930, os telefones públicos funcionavam com moedas de 400 réis. Veio a inflação, e galopante, o que fez com que, a partir dos anos 70, o governo preferisse a utilização de fichas. Só com elas seria possível acionar os chamados orelhões, equipamento urbano que virou figurinha fácil nas cidades brasileiras, embora vândalos e cafajestes, sem motivo algum, destruíssem boa parte deles, verdadeira estupidez.

Esse tipo de ficha só caía após ser completada a ligação, o que fez nascer a expressão cair a ficha, ou seja, o momento em que conseguimos entender alguma coisa. As fichas desapareceram em 1992 e deram lugar aos cartões, até hoje em vigor, mas a expressão continua sendo lugar comum em nosso quotidiano.

Os episódios de corrupção que se sucedem em catadupa revelam uma perversidade: o eleitor se ilude com as promessas dos candidatos. Engambelado, acredita que eles vão fazer o que prometem nas campanhas eleitorais. Vã quimera, douda ilusão. É quando cai a ficha: vem a decepção, a indignação, a revolta. Enquanto isso, os espertinhos se esbaldam mamando alto, esquecem solenemente tudo o que juraram com a mão sobre a Bíblia . . .

Fonte: www.marciocotrim.com.br

Marcio Cotrim tem uma coluna semanal no jornal Diario de Pernambuco entitulada 'Berço da Palavra', onde ele revela a origem de expressões que usamos no nosso cotidiano.

10 de set. de 2009


"Meu coração não
quer viver batendo devagar."
Isabella Taviani

[E não quer mesmo. Cismou de bater rápido e palpitar... Mas o médico disse que tem cura. Ufa!]