Estou postando uma poesia que acho belíssima. Na verdade, é um trecho de um poema de Olavo Bilac chamado Via Láctea. Não sou fã de Bilac, assim como não sou fã dos poetas parnasianos que em sua maioria se preocupavam apenas com a forma do poema. Todavia nessa poesia, o poeta desnudou os seus sentimentos e nos brindou com um lindo e longo poema, do qual publico uma parte.
Via Láctea
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto, cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Transloucado amigo,
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
"A vida sempre rompe os limites das fórmulas." (Antonie Saint-Exupèry) - Adorei! :)
ResponderExcluirPois é isso, até mesmo o poeta parnasiano "quase" rompe a métrica, a fórmula, a tão buscada "forma" perfeita, quando é pra falar da infinita beleza... Quando fala de amor. De vida enfim.
Gosto do poema aí, não tanto da métrica -inútil- parnasiana, mas de poesia com sentimento, sim. :)
Bilac não é dos meus favoritos também. Mas, com esse poema ele consegue me pegar, confesso. É todo "inspirado", apesar da "rígida medida" (risos).