Numa floresta distante, lá estava ela, à espreita, esperando que ele passasse. Era paciente e, além de tudo, tinha tempo de sobra. Só lhe restava passar o resto da vida assim, a rastejar, a espreitar os distraídos. E, finalmente, chegara a sua vez.
Os dias daquele animalzinho insignificantes estavam contados. Era só ele passar e... nhac!!! Adeus! Tinha jurado a si mesma que, quantos dele cruzassem o seu caminho, haveriam de ter o mesmo fim.
Não muito longe dali, lá vinha ele, a deixar seus pinguinhos de luz por onde passava. A noite já havia chegado e ele exercitava o seu maior prazer: piscar sua luz intermitente, tornando aquele lugar ainda mais interessante. Como era bela a vida, pensava. Como era agradável seu lar. E como era maravilhoso ser livre!! E, por onde passava, o pequeno vaga-lume deixava aquele balé de luzes para alegrar a noite de todos os que habitavam a floresta.
Repentinamente, sentiu um deslocamento de ar que, no mínimo, lhe pareceu muito suspeito. Ademais, seus instintos lhe avisaram que o perigo estava perto. Aguçou os sentidos e, lá estava: no meio da mata fechada, a serpente, pronta a dar um segundo bote!!! O primeiro havia sido frustrado porque, no momento exato em que a serpente se projetara, ele decidira dedicar seu brilho à Dona Coruja, a postos para mais uma noite em claro. Dessa forma acabou saindo do campo de ação de sua caçadora. Apavorado, ele bateu suas frágeis asinhas o mais rápido que pôde. Tinha que sair dali! Tinha que fugir dali! Tinha que sair do alcance da serpente. Era fugir ou morrer.
Duas horas se passaram. A escuridão da floresta era assustadora. Só se ouvia o vento e, vez ou outra, um novo deslocamento de ar. Como o primeiro dentre tantos que a serpente provocara desde que iniciara sua caçada. O vaga-lume, a cada investida, sentia que estava próximo o seu fim. Já não podia mais lutar. Não tinha mais forças. Nem para viver. Cansado e ofegante, o pobre bichinho parou bruscamente e bradou:
-"Tá bom, tá bom, eu não agüento mais. Só quero que, antes de acabar comigo, você me diga por quê?”.
A serpente irritada, irritada com tanta ousadia, gritou:
- "Porque eu quero!"
- "Isso não é resposta. Se vai me matar, tenho direito de saber por quê. Eu te fiz algum mal?"
- "Não." Ela respondeu secamente.
- "Faço parte da sua cadeia alimentar?."
- "Não."
- "É alguma rixa de família?"
- "Já disse que não. Que animalzinho irritante você é. Como se já não bastasse deixar-me tão cansada, ainda quer que eu lhe dê explicações? Ora, vamos e venhamos. Você vai morrer e pronto!"
- "Por favor", implorava o vaga-lume, "Eu te suplico, por favor, que mal eu te fiz?"
- "Chega! Você não me fez mal algum."
- "Então, por que você quer tanto me matar?"
- “Porque eu não suporto ver você brilhar”.
Os dias daquele animalzinho insignificantes estavam contados. Era só ele passar e... nhac!!! Adeus! Tinha jurado a si mesma que, quantos dele cruzassem o seu caminho, haveriam de ter o mesmo fim.
Não muito longe dali, lá vinha ele, a deixar seus pinguinhos de luz por onde passava. A noite já havia chegado e ele exercitava o seu maior prazer: piscar sua luz intermitente, tornando aquele lugar ainda mais interessante. Como era bela a vida, pensava. Como era agradável seu lar. E como era maravilhoso ser livre!! E, por onde passava, o pequeno vaga-lume deixava aquele balé de luzes para alegrar a noite de todos os que habitavam a floresta.
Repentinamente, sentiu um deslocamento de ar que, no mínimo, lhe pareceu muito suspeito. Ademais, seus instintos lhe avisaram que o perigo estava perto. Aguçou os sentidos e, lá estava: no meio da mata fechada, a serpente, pronta a dar um segundo bote!!! O primeiro havia sido frustrado porque, no momento exato em que a serpente se projetara, ele decidira dedicar seu brilho à Dona Coruja, a postos para mais uma noite em claro. Dessa forma acabou saindo do campo de ação de sua caçadora. Apavorado, ele bateu suas frágeis asinhas o mais rápido que pôde. Tinha que sair dali! Tinha que fugir dali! Tinha que sair do alcance da serpente. Era fugir ou morrer.
Duas horas se passaram. A escuridão da floresta era assustadora. Só se ouvia o vento e, vez ou outra, um novo deslocamento de ar. Como o primeiro dentre tantos que a serpente provocara desde que iniciara sua caçada. O vaga-lume, a cada investida, sentia que estava próximo o seu fim. Já não podia mais lutar. Não tinha mais forças. Nem para viver. Cansado e ofegante, o pobre bichinho parou bruscamente e bradou:
-"Tá bom, tá bom, eu não agüento mais. Só quero que, antes de acabar comigo, você me diga por quê?”.
A serpente irritada, irritada com tanta ousadia, gritou:
- "Porque eu quero!"
- "Isso não é resposta. Se vai me matar, tenho direito de saber por quê. Eu te fiz algum mal?"
- "Não." Ela respondeu secamente.
- "Faço parte da sua cadeia alimentar?."
- "Não."
- "É alguma rixa de família?"
- "Já disse que não. Que animalzinho irritante você é. Como se já não bastasse deixar-me tão cansada, ainda quer que eu lhe dê explicações? Ora, vamos e venhamos. Você vai morrer e pronto!"
- "Por favor", implorava o vaga-lume, "Eu te suplico, por favor, que mal eu te fiz?"
- "Chega! Você não me fez mal algum."
- "Então, por que você quer tanto me matar?"
- “Porque eu não suporto ver você brilhar”.
(Autor desconhecido)
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