3 de dez. de 2008

O que da vida não se descreve...


Eu me recordo daquele dia. O professor de redação me desafiou a descrever o sabor da laranja. Era dia de prova e o desafio valeria como avaliação final. Eu fiquei paralisado por um bom tempo, sem que nada fosse registrado no papel. Tudo o que eu sabia sobre o gosto da laranja não podia ser traduzido para o universo das palavras. Era um sabor sem saber, como se o aprimorado do gosto não pertencesse ao tortuoso discurso da epistemologia e suas definições tão exatas. Diante da página em branco eu visitava minhas lembranças felizes, quando na mais tenra infância eu via meu pai chegar em sua bicicleta Monark, trazendo na garupa um imenso saco de laranjas. A cena era tão concreta dentro de mim, que eu podia sentir a felicidade em seu odor cítrico e nuanças alaranjadas. A vida feliz, parte miúda de um tempo imenso; alegrias alojadas em gomos caudalosos, abraçados como se fossem grandes amigos, filhos gerados em movimento único de nascer. Tudo era meu; tudo já era sabido, porque já sentido. Mas como transpor esta distância entre o que sei, porque senti, para o que ainda não sei dizer do que já senti? Como falar do sabor da laranja, mas sem com ele ser injusto, tornando-o menor, esmagando-o, reduzindo-o ao bagaço de minha parca literatura?

Não hesitei. Na imensa folha em branco registrei uma única frase. "Sobre o sabor eu não sei dizer. Eu só sei sentir!"

Eu nunca mais pude esquecer aquele dia. A experiência foi reveladora. Eu gosto de laranja, mas até hoje ainda me sinto inapto para descrever o seu gosto. O que dele experimento pertence à ordem das coisas inatingíveis. Metafísica dos sabores? Pode ser...

O interessante é que a laranja se desdobra em inúmeras realidades. Vez em quando, eu me pego diante da vida sofrendo a mesma angústia daquele dia. O que posso falar sobre o que sinto? Qual é a palavra que pode alcançar, de maneira eficaz, a natureza metafísica dos meus afetos? O que posso responder ao terapeuta, no momento em que me pede para descrever o que estou sentindo? Há palavras que possam alcançar as raízes de nossas angústias?

Não sei. Prefiro permanecer no silêncio da contemplação. É sacral o que sinto, assim como também está revestido de sacralidade o sabor que experimento. Sabores e saberes são rimas preciosas, mas não são realidades que sobrevivem à superfície.

Querer a profundidade das coisas é um jeito sábio de resolver os conflitos. Muitos sofrimentos nascem e são alimentados a partir de perguntas idiotas.

Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero descobrir a graça de sorrir diante de tudo o que ainda não sei. Quero que a matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...

Pe. Fábio de Melo http://fabiodemelo.com.br/

O bordador


Chega um momento em que a gente se dá conta de que, às vezes, para sermos verdadeiros com nós mesmos, precisamos ter o desprendimento para abençoar as tentativas sem êxito, agradecer pelo o que cada uma nos ensinou, e seguir. De que, às vezes, para se reconstruir, é preciso demolir construções que, por mais atraentes que sejam, não são coerentes com a idéia da nossa vida. A gente se dá conta do quanto somos protegidos quando estamos em harmonia com o nosso coração. De que o nosso coração é essencialmente puro. Essencialmente, amoroso, o bordador capaz de tecer as belezas que se manifestam no território das formas. De que, sabedores ou não, é ele que tem as chaves para as portas que dão acesso aos jardins de Deus. E, vez ou outra, quando em plena comunhão criativa, entra lá, pega uma muda de planta e traz para fazê-la florescer no canteiro do mundo.

Ana Jácomo

13 de nov. de 2008

Doentes no hospital


Dois homens, ambos gravemente doentes, com muitas dores, sofrendo muito, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles, podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto à única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias...

Todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela. O homem da cama do lado, aquele que não podia se mover, começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, amor e carinho, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena; viajava e sonhava com o mundo lindo visto da janela.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a refratava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas passaram com este lindo ato de amor.Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e calmamente olhou para o lado de fora da janela... que dava, afinal, para uma parede de tijolo! Que surpresa... O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.A enfermeira respondeu que o homem era cego e estava muito doente, sabia que estava no fim da vida e nem sequer conseguia ver a parede:

- Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem para que você pudesse suportar tantas dores e sofrimentos... -disse a enfermeira.

Moral da História: Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é o dobro de alegria.

autor desconhecido

12 de nov. de 2008

Saudades do mundo que eu vejo


Há saudades que caminham comigo aconchegadas num lugar gostoso que a memória tem. Sei que estão lá, mesmo quando demoro um longo tempo para apreciar outra vez as histórias que me contam. São porta-jóias que guardam encantos que não morrem. Caixinhas de música, que, ao serem abertas, derramam melodias que me fazem dançar com elas de novo.

São saudades capazes de amenizar o frio de alguns instantes com os seus braços de sol. Mas existem também saudades que pousam no meu coração de vez em quando e ficam de lá me olhando com aquele olho comprido do quer escuta. Não falam de lugares, pessoas ou épocas da minha vida. São espelhos que não refletem feições conhecidas. São saudades que entornam perfumes que somente a alma reconhece. Que sobrevoam regiões por onde apenas as emoções caminham. Que destampam ausências que a gente algumas vezes prefere ignorar.

São saudades de um mundo que tem cheiro de quintal lá da infância da gente. Que é macio para todos os seres que nem lençol recém-trocado. Que tem o timbre de voz amada quando toca o nosso ouvido. Um mundo bacana onde as pessoas têm clima de passeio. Onde não existem armas, visíveis ou não. Onde a gente vive com o sentimento de estar brincando de roda uns com os outros: se um leva um tombo reflete na roda inteira.

São saudades de um mundo contente feito céu estrelado. Feito flor abraçada por borboleta. Feito café da tarde com bolinho de chuva. Onde a gente se sente tranqüilo como se descansasse num cafuné. Onde, em vez de nos orgulharmos por carregar tanto peso, a gente se orgulha por ser capaz de viver com mais leveza. Um mundo onde as pessoas confiam umas nas outras, não pode ser de outro jeito se estamos em família na humanidade. Um mundo onde a culpa deixou de ser uma desculpa para não sermos felizes. São saudades de um mundo onde o respeito não tem cheiro de mofo: todos somos iguais e todos somos diferentes e isso é claro, natural e indiscutível.

São saudades de um mundo que lembra a pureza de amarelinha desenhada com giz no terreno da escola. Que lembra a alegria de chegar no céu quando a gente pulava amarelinha. Que lembra a melodia gostosa da risada do amigo. Saudades de um mundo sem hipocrisia. Sem diz-que-me-diz-que. Sem jogo. Ninguém quer ferir ninguém, por nenhum motivo. As boas intenções são mesmo boas. Há em cada pessoa um cuidado, um bem-querer, um zelo amoroso, com relação a todas as outras, porque essa é a natureza do coração humano. Um mundo onde todas as formas de vida são abençoadas por todas as formas de vida.

São saudades de um mundo onde a gente pode falar de coisas inocentes sem temer parecer ridículo. Onde podemos ser sensíveis e expressar a nossa sensibilidade sem sermos olhados como vítimas de uma doença grave. Onde a busca pelo conforto da alma é tão necessária quanto a busca pelo conforto do corpo. Onde podemos caminhar pelas ruas, descontraídos, sem temer ser atacados por outro ser humano. Um mundo no qual, em vez de propagar o medo, as pessoas utilizam a sua energia para propagar o amor. Saudades de um mundo que às vezes eu sinto tão intensamente que já parece de verdade. Já parece existir, de alguma forma. Um mundo no qual habito toda vez que eu o vejo.

Ana Jácomo

11 de nov. de 2008

Questões sobre a existência do mal


Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:

- Deus fez tudo que existe?

Um estudante respondeu corajosamente:

- "Sim, fez!"

- Deus fez tudo, mesmo?

- Sim, professor - respondeu o jovem.

O professor replicou:

- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mal. O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.

Outro estudante levantou sua mão e disse:

Posso lhe fazer uma pergunta, professor?

Sem dúvida, respondeu-lhe o professor.

O jovem ficou de pé e perguntou:

- Professor, o frio existe?

- Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?

O rapaz respondeu:

- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.

- E a escuridão, existe? - continuou o estudante.

O professor respondeu:

- Mas é claro que sim.

O estudante respondeu:

- Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.

Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:

- Diga, professor, o mal existe?

Ele respondeu:

- Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal. Então o estudante respondeu:

- O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão queacontece quando não há luz.

autor desconhecido

10 de nov. de 2008

A lógica de Einstein


Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.

A outra, vendo seu amiguinho preso, e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim, quebrá-lo e libertar o amigo.

Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:

- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!

Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:

- Eu sei como ele conseguiu.

Todos perguntaram:

- Pode nos dizer como?

- É simples: - respondeu o velho.

- Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz.

autor desconhecido

9 de nov. de 2008

Derramando Pétalas


Dirijam vossas vidas, seja nas tristezas, seja nas alegrias, sempre derramando pétalas, assim como as flores.

As flores, seja dia, seja noite, haja chuva, haja sol, enviam para o ar que respiramos todo o perfume que contém, lembrando aos homens que a vida perfumada segue mais além.

Espalhemos nossas essências de amor, perfumando a vida daqueles que nem sequer sabem admirar uma flor, ou nunca pararam para apreciar a beleza gratuita feita pelo nosso Pai com amor, para que os homens se inspirassem na simplicidade e beleza de uma simples flor.

Se colhida e dedicada a alguém significa amor. Sejamos apenas simplesmente uma flor,atuemos em estado de graça, espalhemos beleza onde existe tristeza, colhamos as dores alheias e nos transformemos em buquê de flores, para oferecermos o nosso amor a todos, com a mesma graça beleza e cor. Apenas uma flor.

O exemplo da flor bastará para uma transformação de muito amor. Não importa, jasmim, rosa, cravo, não importa a flor,o importante é que espalhemos as pétalas de nosso amor.

Sejamos Flor!

Sejamos Amor!

Cora Maria

O coração na ponta das chuteiras

O texto a seguir foi escrito por mim após a derrota da seleção feminina de futebol na partida final das Olimpíadas de Pequim. Foi um desabafo, que acho que vale a pena publicá-lo, mesmo com algum tempo de atraso.



Uma derrota é sempre uma derrota? Afirmo, categoricamente, que não. Cada perda tem a sua face. Li em um site de notícias que perder lutando dói menos. Não sei se a dor é menor, mas, certamente, fica a convicção de que não foi por covardia que ela se fez.

Foi assim que a medalha de ouro da seleção feminina de futebol transformou-se em prata. A prata mais dourada que já vi porque foi regada pelo suor da perseverança. Se as meninas não chegaram ao lugar mais alto do pódio, tiveram o reconhecimento dos irmãos tupiniquins.

“Verás que um filho teu não foge à luta.” Lamento que os rebentos da seleção masculina não tenham encarnado o espírito guerreiro invocado no hino da nação que deveriam defender. Todavia é a outro senhor que os jogadores servem. O dólar, o euro e o real: a trindade que para eles é a santa.

Amor a camisa. Ah... o amor! Se antes movia nossos soldados no campo sagrado do futebol, hoje, ele é uma utopia. A inesquecível derrota para a Itália na Copa do Mundo de 82 feriu quase mortalmente uma geração. O lenitivo ficou por conta da garra e do futebol bonito que os combatentes brasileiros demonstraram na ocasião.

Raça que sequer entrou em campo no Mundial de 98 (França) e que passou longe do estádio dos Trabalhadores (Olimpíadas de Pequim 2008). Porém, hoje (21/08/2008), floresceu no mesmo estádio dos Trabalhadores com as guerreiras-meninas brasileiras.

Mostraram a uma nação e aos machistas (que insistem em afirmar que mulher não entende nada de futebol) que aprenderam a jogar com os homens. Isso, nós mulheres, temos que admitir! Mas uma lição foi ensinada e, ao contrário deles, elas não esqueceram. Quando entram em campo tiram o coração do peito e o colocam na ponta das chuteiras.

Valeu, meninas! O ouro é só questão de tempo porque vontade e amor vocês têm de sobra. E quem sabe um dia, os meninos aprenderão com vocês o que os ancestrais deles ensinaram: amor à camisa.

Gratidão


Quando lembro o quanto algumas pessoas me ajudam com o seu olhar amoroso, ao longo da estrada, sinto um ventinho bom percorrer meu coração e arrepiar a vida toda de contentamento. Um ventinho quente, parecido com o que toca a minha pele quando caminho na beira da praia nas manhãs azuis que ainda se espreguiçam. A pele é o lado de fora do sentimento.

Quando lembro de cada nova muda de afeto que recebo e vejo florescer devagarinho no meu jardim, a lembrança afasta as nuvens momentâneas e deixa o céu à mostra. Faz um sorriso sereno acontecer em mim. Acende uma música que a gente só consegue ouvir quando a palavra descansa.

Quando lembro que crescer é, no íntimo, um exercício solitário, mas que não estamos sozinhos na sala de aula, saboreio o conforto dessa recordação. Somos mestres e aprendizes uns dos outros, o tempo todo. Estudamos, lado a lado, inúmeras lições, mas também criamos espaço para celebrar os mágicos momentos de recreio. Às vezes, com alguma leveza, até descobrimos juntos um segredo libertador: o aprendizado e o recreio não precisam acontecer separados.

Quando lembro o quanto as nossas vidas se entrelaçam amorosamente com outras vidas nessa tapeçaria de fios sutis dos encontros humanos, a gratidão emerge e se espalha, em ondas de ternura, por toda a orla do peito. Diante de tantas incertezas, essa verdade perene: o amor compartilhado é o sábio curador.

Quando lembro, eu agradeço. E respiro macio.

Ana Jácomo
(www.anajacomo.blogspot.com)

Eu voltei...

Depois de um longo tempo, volto a postar textos aqui no meu blog. É que tenho um outro blog com alguns amigos vercillianos (http://www.floresvercillianas.blogspot.com/) e ele está exigindo um pouco mais do meu tempo. Prometo me dedicar um pouquinho mais ao Guarde nos olhos. Voi tentar...

Para marcar essa volta, publico um texto da minha amiga Ana Jácomo. Os textos dela são de uma sensibilidade infinita. Ela é dessas poucas pessoas que consegue ver beleza nas pequenas coisas. Visitem o blog dela, é apaixonante (
http://www.anajacomo.blogspot.com/).

Com vocês: É isso.


É isso


Porque é isso: quando sorri, eu tenho a impressão de que apertaram o interruptor que acende o sol, pois tudo clareia ao seu redor. Quando fala, eu tenho a impressão de que toda a vida canta a música bonita que a sua alma diz. Quando silencia, eu tenho a impressão de que todas as coisas adormeceram um pouquinho até você acordá-las outra vez.

Porque é isso: quando olha, eu tenho a impressão de que a primavera beijou todos os jardins, pois tudo parece florescer onde os seus olhos descansam. Quando está feliz, eu tenho a impressão de que o mundo inteiro brinca de roda com a sua alegria. Quando está triste, eu tenho a impressão de que todos os passarinhos do planeta estão temporariamente na muda e encolheram seu canto.

Porque é isso: quando mostra as suas limitações é que eu vejo ainda mais o seu tamanho. Quando mostra o seu desconcerto é que eu vejo ainda mais a sua força. Quando mostra as suas dores é que eu vejo ainda mais a sua vitória. Quando mostra os seus medos é que eu vejo ainda mais a sua coragem. Quando mostra as suas sombras é que eu vejo ainda mais o seu lume.

Porque é isso: o amor, primeiro, é toque na pele arrepiada de encanto que reveste a alma. Depois, sopra o seu arrepio pra pele encantada que reveste o corpo. Então, acontece o milagre do corpo e da alma se encontrarem, se abraçarem, e se misturarem num encanto só.

Eu sento na beira da praia dos seus olhos, incontáveis vezes, perto ou longe de você, só pra apreciar de novo. Porque o amor é isso também: essa admiração que não cansa de se reinventar a cada onda.



27 de ago. de 2008

Ora rua tão deserta, ora multidão


Aromática, apetitosa, multicultural. Essas são algumas formas de definir a famosa rua do Lazer. Localizada no bairro da Boa Vista, entre os blocos A e G da Universidade Católica de Pernambuco, se tornou quase particular.

Particular? Estranho, mas é isso mesmo. Experimente perguntar a alguém onde fica a rua Bernardo Guimarães. Poucos saberão indicar o caminho. Agora, se o questionamento for: como faço para chegar a rua do Lazer da Católica? Prontamente, responderão. Ela não é da universidade de papel passado, e sim por consideração. Digamos assim.

Onde antes trafegavam automóveis, caminham de um lado para outro universitários e professores. Ela é o 'lar' de vendedores ambulantes e donos de lanchonetes. Além de ser o solo em que se ergueu a imponente Biblioteca Pe. Aloísio Mosca de Carvalho, relicário de conhecimento.

Aromática. Rua aromática? Vendem-se ervas por lá? Poderia alguém perguntar. Não, não. O que aguça o olfato dos transeuntes são as iguarias produzidas no local e, que exalam, sem pedir licença, um cheiro convidativo a uma boa refeição. As opções são as mais variadas possíveis. Desde a tradicional e nordestina macaxeira com charque à comida chinesa. Atraídos pela oferta alimentícia, pedintes, assim como Lázaro, esperam pelas saciantes e caridosas migalhas. Mas não é só de pão que os universitários se alimentam.

O conhecimento e a informação podem ser consumidos na banca de revistas. Já o desejo de comer um bombom, próximo à entrada do bloco G. Para os mais vaidosos, bijuterias de crochê, sementes, miçangas e penas. Os amantes da música e inimigos dos preços altos podem adquirir CDs e DVDs piratas.

A rua é para os estudantes point de discussão sobre os trabalhos acadêmicos a serem produzidos ou até, e mais provavelmente, para esquecê-los. Entretanto sua função maior é de saciar a fome, matar as saudades e jogar conversa fora. Se sairmos do bloco A e olharmos para o lado esquerdo da via, veremos uma intensa movimentação. Já no lado direito, a calmaria impera. Até nisso é possível perceber a diversidade de estilos, culturas e personalidades dos que passam por lá.

Palco de protestos, via de comércio segue cumprindo a função que lhe rendeu o carinhoso apelido: rua do Lazer.

24 de abr. de 2008

1000imagens.com

Algumas das imagens que ilustram as frases ou os textos do Guarde nos Olhos são do site www.1000imagens.com Eu indico o site. Quem gosta de fotografias tem que conferir!



"São os pequenos
acontecimentos diários
que tornam a vida espetacular."


autor desconhecido



"Todos estes que estão aí

atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

E eu passarinho..."


Mário Quintana



"Eu amo tudo o que foi

Tudo o que já não é,

A dor que já me não dói,

A antiga e errônea fé,

O ontem que dor deixou,

O que deixou alegria

Só porque foi, e voou

E hoje é já outro dia."


Fernando Pessoa

23 de abr. de 2008



"Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria."


Pablo Neruda

22 de abr. de 2008

A arte de ser feliz


Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meirelles

20 de abr. de 2008

Para se roubar um coração


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.

Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.

Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.

Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. ...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.

Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ... e é assim que se rouba um coração, fácil não?

Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo

18 de abr. de 2008

De mãe para mãe...


Carta enviada de uma mãe para outra mãe em SP, após noticiário na TV:

“Hoje vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da Febem, em São Paulo, para outra dependência da FEBEM no interior do Estado. Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.

Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação, contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa de direitos humanos. Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro.

Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual.

Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma videolocadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você estiver se abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo...

Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? Que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem.”

Esta carta tornou-se um manifesto e circula na internet através de e-mails.

“Circule este manifesto! Talvez a gente consiga acabar com esta inversão de valores que assola o Brasil!' Direitos humanos são para humanos direitos!”


10 de abr. de 2008

É preciso mudar...


A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver cerca de 70 anos. Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Aos 40 anos, suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas, das quais se alimenta. O bico, alongado e pontiagudo, se curva. Apontando contra o peito, estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e, voar, aos 40 anos, já é bem difícil!

Nessa situação a águia só tem duas alternativas: deixar-se morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá recolher-se, em um ninho que esteja próximo a um paredão.Um lugar de onde, para retornar, ela necessite dar um vôo firme e pleno.

Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta. Espera nascer um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas. Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas.

E só após cinco meses, "renascida", sai para o famoso vôo de renovação, para viver, então, por mais 30 anos. Muitas vezes, em nossas vidas, temos que nos resguardar, por algum tempo, e começar um processo de renovação.


Devemos nos desprender das (más) lembranças, (maus) costumes, e, outras situações que nos causam dissabores, para que continuemos a voar. Um vôo de vitória. Somente quando livres do peso do passado (pesado), poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz. Destrua, pois, o bico do ressentimento, arranque as unhas do medo, retire as penas das suas asas dos maus pensamentos e alce um lindo vôo para uma nova vida.Um vôo de vida nova e feliz.

(autor desconhecido)

23 de mar. de 2008

Feliz Aniversário, meu pai!


O dia está nublado e chuvoso. Assim também está meu coração. Hoje, meu pai estaria fazendo aniversário. Aliás, ele está. Embora, não esteja mais aqui na Terra, juntinho de mim. Sei que no céu a festa será dobrada. Além da Páscoa, Deus e os anjos têm mais um motivo para comemorar.

Eu, aqui, com a minha enormesaudade também comemoro por Deus ter me dado a graça de viver 12 anos da minha vida ao lado da pessoa que eu mais amei: meu pai.

Foram 12 anos rápidos, mas intensos. Intensos de carinho, respeito, amor, aprendizado... Doze anos de momentos tristes também, porém 12 mil vezes mais de momentos felizes e inesquecíveis.

Pai, sei que não estais aqui fisicamente, contudo morarás sempre no meu coração e nos meus pensamentos. Sei que me conduzes nos meus caminhos e me guardas de todos os perigos. Perdi o meu pai na Terra, mas ganhei um anjo e um intercessor no céu.

FELIZ ANIVERSÁRIO, Anjopai!

20 de mar. de 2008


"Não é que o mundo seja só ruim e triste.

É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais.

Quando uma pena flutua no ar por oito segundos ou

a menina abraça o seu grande amigo,

nenhum jornalista escreve a respeito.

Só os poetas o fazem."


Rita Apoena


"Borboleta parece flor

que o vento tirou para dançar.

Flor parece a gente

pois somos sementes do que ainda virá."


Fernando Anitelli

A Sinfonia da Vida


Eu não sei o que sei. A verdade é uma metáfora da vida: só tem sentido quando recolhidos os detalhes. Hoje é dia de recolher detalhes. Vida pequena, quase um respiro de tão miúda, mas bela. Mas não há o que se fazer, senão esperar pela serenidade.

Tenho vivido a convicção de que a sinfonia só é bela porque reúne os acordes dissonantes, maiores e menores. O resultado final é uma explosão de beleza. O todo preenchendo o espaço, cumprindo a sina de sacralizar o choro de quem chora, e o riso de quem ri. A sinfonia é triste e bela ao mesmo tempo. Não há como querer uma parte só.

Hoje, neste dia em que minha pauta tem acordes tristes, recorrome-me ao carinho de quem luta comigo, de quem me ama e me quer bem. Só assim é suportável viver esta passagem... Deus é o regente de tudo. Tenho certeza de que o movimento de seus braços ordenarão o despertar dos acordes serenos, momento em que prepararemos o sorriso e a alegria. A sinfonia da vida é linda, mas dói.

Maturidade é o fruto a ser recolhido, cada vez que na partitura da vida, há um interlúdio de tristeza.

Pe. Fábio de Melo, scj.

Fonte:
www.fabiodemelo.com.br/blog


Abaixo posto uma música composta pelo padre Fábio de Melo, que acho linda. Aliás, ele tem belas composições. O nome da canção é Marcas do Eterno.

Marcas do Eterno
Fábio de Melo

Antes de você entrar na minha vida
De se decidir por mim
Por minha história
Haverá de ter clareza de saber bem
Quem eu sou
Pra depois não me dizer
Ter se enganado

Eu não posso ser o que você quiser
Sou bem mais do que os seus olhos
Podem ver
Se quiser seguir comigo
Eu lhe estendo a mão
Mas não pode um só momento
Se esquecer

Sou consagrado ao meu Senhor
Solo sagrado eu sei que sou
Vida que o céu sacramentou
Marcas do eterno estão em mim

Antes do seu amor chegar
Um outro amor já me encontrou
E me envolveu com tanta luz
Que já não posso me esquecer

Se mesmo assim quiser ficar
Seja bem vindo ao meu lugar
A esta coração que resolveu
Plantar-se inteiro em Deus
E hoje não quer mais se aprisionar

Eu lhe peço que me ajude
A ser mais santo
Que por vezes me esqueça no meu canto
É que a minha santidade
Necessita solidão
Só assim minha presença
É mais saudável

Não me peça o que de mim
Pertence a Deus
Nem dê mais do que eu preciso receber
Ser amado em excesso
Faz tão mal quanto não ser
Eu lhe peço que me ajude a ser de Deus

O mais forte

Certo dia, a pedra disse:
"Eu sou forte!"
Ouvindo isso, o ferro disse:
"Eu sou mais forte que você! Quer ver?"
Então, os dois duelaram até que a pedra se tornasse pó.

O ferro, por sua vez, disse:
"Eu sou forte!"
Ouvindo isso, o fogo disse:
"Eu sou mais forte que você! Quer ver?"
Então os dois duelaram até que o ferro se derretesse.

O fogo, por sua vez, disse:
"Eu sou forte!"
Ouvindo isso, a água disse:
"Eu sou mais forte que você! Quer ver?"
Então, os dois duelaram até que o fogo se apagasse.

A água, por sua vez, disse:
"Eu sou forte!"
Ouvindo isso, a nuvem disse:
"Eu sou mais forte que você! Quer ver?"
Então, as duas duelaram até que a nuvem fez a água evaporar.

A nuvem, por sua vez, disse:
"Eu sou forte!"
Ouvindo isso, o vento disse:
"Eu sou mais forte que você! Quer ver?"
Então os dois duelaram até que o vento soprasse a nuvem e ela se desfizesse.

O vento, por sua vez, disse:
“Eu sou forte!"
Ouvindo isso, os montes disseram:
"Nós somos mais fortes que você! Quer ver?"
Então, os dois duelaram até que o vento ficasse preso dentre o círculo de montes.

Os montes, por sua vez, disseram:
"Nós somos fortes!"
Ouvindo isso, o homem disse:
"Eu sou mais forte que vocês! Querem ver?"
Então, o homem, dotado de grande inteligência, perfurou os montes, impedindo que eles prendessem o vento.

Acabando com o poder dos montes, o homem disse:
"Eu sou a criatura mais forte que existe!"
Até que veio a morte, e o homem que achava ser inteligente e forte suficiente, com um golpe apenas, acabou-se.

A morte ainda comemorava, quando, sem que ela esperasse, veio um HOMEM e, com apenas três dias de falecido, ressuscitou, vencendo a morte e todo poder foi Lhe dado no céu, na terra e debaixo da terra.

Vencendo a morte, ELE nos deu o direito a Vida Eterna, através do seu sangue, que liberta do pecado, cura as enfermidades e salva a alma do tormento eterno.

Esse homem é JESUS, o Filho de DEUS.

(Autor desconhecido)

12 de mar. de 2008

~ Soneto 17 ~


Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

William Shakespeare

27 de fev. de 2008

As canções do Vercillo...

As canções do Jorge Vercillo falam muito sobre mim. Sou suspeita pra falar sobre ele porque todos sabem do amor e do carinho que tenho por ele. Há uma brincadeira em que respondemos à perguntas com trechos de músicas. Como não poderia deixar de ser escolhi as de Jorge.



1. QUAL É O SEU NOME?

“Gabi, meu amor, meu amor Gabi.” (Ventania)


2. ONDE VOCÊ MORA?

“Em Pequim, em Jerusalém, em Amsterdã, mas o meu divã é tua pele Tupi Guaraná, Guarani.”
(Apesar de Cigano)



3. DESCREVA-SE:

“Sou uma folha de pensamento.”
(Numa Corrente de Verão)



4. O QUE AS PESSOAS PENSAM SOBRE VOCÊ?

“Eu não tô nem aí, eu não to nem aqui pro que dizem. Eu quero é ser feliz.” (Final Feliz)



5. ONDE QUERIA ESTAR AGORA?

“Na correria de Copacabana”
(Penso em ti)



6. COMO É A SUA VIDA?

“Um doce mistério de rio com a transparência de um mar.”

(Ela une todas as coisas)


7. O QUE PEDIRIA SE PUDESSE TER APENAS UM DESEJO?

“Paz ao mundo inteiro. Essa é a minha guerra.”
(Boas-novas)



8. O QUE VOCÊ VÊ AO SEU REDOR?

“Já vi estrelas demais e ainda estou sem saber se escurecer faz gear como me faz sofrer.” (As árvores)


9. COMO ESTÁ O SEU CORAÇÃO?

“Sinto renascer a natureza inteira dentro de mim. Eu julguei o amor espécie em extinção até surgir você no meu coração.” (Celacanto)



10. FALE SOBRE O SEU PASSADO...

“Quando o passado se estende é como um filme pra chorar. Chega ao presente, se esconde pelo ar. Vem de madrugada me levar.” (Filmes)



11. ESCREVA UMA FRASE SÁBIA:

“Quem não faz do amor a sua espada tem de escudo o coração.”

(Eu só quero dançar)


12. DESPEÇA-SE:

“Destinos já traçados podem ainda se mudar.” (Xeque-mate)

20 de fev. de 2008


"Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita,
prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade.
Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."


Clarice Lispector

Um olhar sobre a cidade


Aqueles que acompanhavam o programa Um olhar sobre a cidade, que era apresentado por Dom Hélder Câmara, na Rádio Olinda, podem recordar as doces palavras do acerbispo. Em homenagem ao centenário do Dom da Paz, os programas estão sendo reapresentados às 6h45, na Rádio Olinda AM (1.030 KHz). Aqueles que nunca tiveram a oportunidade de ouvir as crônicas de Dom Hélder, não podem perder essa chance.


"Quando os problemas se tornam absurdos,
os desafios se tornam apaixonantes."

Dom Hélder Câmara

19 de fev. de 2008

Heróis da Globo

Parece implicância minha com esse tal de Big Brother. E é mesmo. O besteirol do programa tá mexendo até com o bom senso do Pedro Bial. Excelente jornalista, Bial, está se deixando levar pelo ridículo joguinho da Globo e dos participantes do programa e cometendo falhas lamentáveis. Como o fato de chamar os confinados de heróis. Minha paciência acabou de vez. Quanto a capacidade dele como jornalista, não vou questionar, pois admiro a forma que ele escreve e conduz as reportagens, porém vou lamentar sempre ele estar à frente deste programa que não acrescenta nada de positivo as nossas vidas. Agora estou publicando o texto. Depois, tento colocar os slides.


“E agora vamos falar com os nossos heróis...”

Saudação (infeliz) usada por Pedro Bial ao se dirigir aos participantes do programa Big Brother Brasil.

Se alguém se encontrar com ele, pergunte-lhe, por favor, qual a definição de “herói” no dicionário dele... No meu, Herói é uma coisa muito diferente...

Herói é a Dra. Vanessa Remy-Piccolo, jovem pediatra francesa de 28 anos de idade. Ela que abriu mão do seu conforto para servir na África, como voluntária do programa Médicos sem Fronteiras. Ela que nos relata que cansou de atender crianças que com um ano de idade pesavam em torno de 3,6 kg, que corresponde ao peso de um recém-nascido. Herói que relata que muitas mães chegam até ela dizendo que levaram os alimentos doados para casa, mas que seus filhos parecem que desaprenderam a se alimentar e se recusam a abrir a boca.

Herói é Martial Ledecq, cirurgião voluntário do Médicos sem Fronteiras, que, arriscando a própria vida, atende, em meio a bombardeios, os civis feridos num Hospital de Tebnine, sul do Líbano, vítimas de uma recente guerra que de tão nefasta não poupou nem os observadores da ONU, e nem mesmo as equipes de ajuda humanitária internacional.

Herói, meu caro Pedro Bial, é quem, nestes dias desleais em que vivemos, enxerga o sofrimento alheio, e se prontifica a amenizá-lo no que estiver ao seu alcance. Atendimento em clínica móvel, Muzafarabad, Paquistão.

Herói são aqueles que abrem mão dos confortos pessoais em prol do coletivo, aqueles plenos de uma vida na qual a paixão sobrepuja a omissão... Campanha de vacinação para prevenção de meningite, em Gonder, Etiópia.

Herói é aquele que é solidário, que partilha dons e bens... Voluntária do MSF, trabalhando por um mundo melhor, na Indonésia.

Mas há também muitos heróis que falam a nossa língua... E não são as “celebridades” instantâneas do BBB. Embora estejam pertinho da “casa mais vigiada do Brasil”.

Heróis como Jacinta, enfermeira do projeto Meio-fio, promovido pelo Médicos sem Fronteiras no Rio de Janeiro, que examina mãe e filho, moradores de rua.

Heróis como a médica Renata, que visita aqueles que nem aos precários serviços de saúde pública têm acesso, como este morador de rua, no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro.

Heróis como o educador Altayr, que partilha seus conhecimentos com uma moradora de rua no centro do Rio de Janeiro.

Heróis como a psicóloga Andréa, que, a exemplo da pediatra francesa, semeia saúde e esperança, por onde passa.

Heróis como a enfermeira Eriedna, que aqui atende o Sr. Nilton no núcleo de atendimento do Médicos sem Fronteiras. Heróis como Sr. Nilton, que com o apoio recebido conseguiu encontrar um trabalho, e hoje não mais mora nas ruas.

Heróis como Sr. João, um dos moradores de rua atendidos pelo projeto Meio-fio, que relata: "De manhã eu começo a circular igual a um peru doido. Eu só paro na hora do almoço e depois, à noite, pra dormir. Mas catar latinha não é fácil não. Hoje em dia tem uma concorrência muito grande pelas ruas".

Será que o Sr. João resistiria à tentação de catar as latinhas e garrafas de bebida vazias, com as quais a produção do BBB tenta a todo custo embriagar os participantes do programa nas festas que promove? Sr. João provavelmente juntaria as latas sim, escondidas num canto da casa, para quando a fama instantânea passar...

Quando um cara que já foi dos mais brilhantes repórteres do país, vibra e discute os namoricos, as intrigas e as futilidades do programa BBB como se fossem o assunto mais importante da atualidade, é sinal de que algo está lamentavelmente errado...

É preciso acreditar que um outro mundo é possível. E pequenos gestos poderão produzir mudanças significativas. Um ato simples, que certamente poderá resultar em benefícios concretos, será o de iniciar uma campanha de conscientização para que ninguém mais atenda aos apelos melodramáticos de Pedro Bial, e que, ao invés de efetuar ligações para o programa Big Brother, contribua para entidades que atuam em prol de causas sociais.

A cada paredão, com milhões de ligações para o programa, os centavos e centavos pagos formam rios de dinheiro, e engordam ainda mais as já milionárias fortunas dos donos, diretores e apresentadores televisivos... Se você tem algum amigo, familiar ou conhecido que liga para o programa, aconselhe-o, ao invés, a doar a quantia para algum programa humanitário.

Ao invés de ligar para o Big Brother Brasil, contribua com alguma instituição que realmente precisa de ajuda. E não faltam entidades sérias que contam com o nosso apoio para prosseguir com suas nobres atividades. Listagem de algumas outras entidades e projetos www.unicef.org/brazil/lista_projetos06.htm

Certamente existe alguma instituição de amparo aos necessitados atuando na tua cidade. Os recursos destas instituições provém, na sua maior parte, do apoio voluntário, - material e humano -, necessitando, portanto, de nosso auxílio e colaboração para que possam fazer diferença e recuperar o valor da vida dos tantos destituídos, excluídos da sociedade.

Quem são os teus heróis?
Quem são as tuas heroínas?

Divulgue esta idéia. Vamos deixar a cargo dos familiares dos participantes, que têm interesse particular no assunto, decidir se fulaninho ou fulaninha deve ou não sair do programa. Colabore com quem realmente precisa de você.

27 de jan. de 2008

O centenário do Dom da Paz

O eterno arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife Dom Hélder Câmara completaria no dia 7 de fevereiro de 2008, 99 anos. Mesmo não estando entre nós, aqui na Terra, o Dom da Paz receberá muitas homenagens. Não tenho dúvidas que lá no céu a festa será maior ainda.

Quem não se lembra daquele franzino homem, que se fez forte na defesa da vida e dos mais necessitados, que amou os pobres de forma ímpar, que aceitou as diferenças e jamais condenou alguém. Compreendeu e foi incompreendido, mas fez de cada segundo que viveu uma oportunidade para tornar o mundo melhor. Deixou várias sementes plantadas e transformou a vida de muita gente.

Infelizmente, não tenho muitas lembranças dele, porém sou fã incondicional deste santo que mostrou ao mundo que ser feliz é simples, só é preciso fazer os nossos irmãos felizes e lutar para que os nossos direitos sejam respeitados. É preciso enxegar o Cristo, que está ao nosso lado e que muitas vezes ignoramos. Que chuvas de paz reguem os nossos solos e que os frutos das árvores que Dom Hélder plantou sejam colhidos em abundância.

Encontrei um texto escrito pela Irmã Domitila Ribeiro Borges. Ela conheceu e conviveu com Dom Hélder, por isso acho mais indicado publicá-lo, do que escrever um. Ela relata fatos e detalhes que enriquecerão o nosso conhecimento sobre a vida deste santo que viveu tão perto de nós. Um fato que poucos sabem é que Dom Hélder escreveu uma música chamada: "No azul da manhã". A canção foi gravada pelo cantor Altemar Dutra e regravada por Leonardo Sullivan. Leonardo me revelou que o acerbispo sempre negou que tivesse composto a bela canção, e dizia que o autor era um sobrinho dele. Ninguém tinha dúvidas que o Dom da Paz era o compositor, mas os tempos eram difíceis e poucos compreenderia que um bispo escrevesse uma canção de amor. Antes do texto da Irmã Domitila vou publicar a letra da música.


No Azul da Manhã
(Helder Câmara/Roberto Mário)

Ah, essas flores sorrindo
No azul da manhã
Parecem cantar
A nossa canção

E essa ternura surgindo
Em meu coração
Eu vou te ofertar
No azul da manhã

A madrugada orvalhou
O chão onde estamos
E o dia se fez
De luz e calor
Faça de conta que amamos
Pela primeira vez
E me abrace, me beije
A sorrir como as flores
No azul da manhã


Dom Hélder Câmara: uma estrela cintilante no século XX

Tinha uma constituição franzina como o corpo de um pássaro, mas asas e olhar possantes de águia que vê longe, sobe alto e não tem medo de fitar o sol, o sol da verdade que tanto amava.

Conheci D. Hélder quando ainda neo-sacerdote, pois era capelão de nosso colégio Santa Rosa de Lima no Rio de Janeiro. Gostava de ir aspirando os ares da manhã e se quedando estático ante a beleza da Baía de Guanabara à espera do despontar do sol. Punha-se então de joelhos e adorava, louvava o Artista incomparável de todo aquele esplendor.

Chegava à nossa capela orvalhado de oração, impregnado de Deus. Suas Missas para nós foram inesquecíveis, tal era a unção e o amor com que celebrava, nos deixando marcados pela doçura e piedade, sobretudo, quando nos dava a Eucaristia. No entanto, não só a bondade mas a coragem e o destemor eram marcas de sua personalidade tão rica.

No dizer de Frei Beto, no seu livro “Fonte de Pão e de Beleza”, são muitas as histórias em torno da extraordinária figura de Dom Hélder. Uma delas, porém, retrata sua têmpera: nos anos difíceis da repressão, a Polícia Federal bateu à sua porta. Ele mesmo atendeu, como sempre o fazia. Brasília temia que ele sofresse um atentado e a culpa recaísse sobre o governo.

Os policiais disseram que ali estavam para oferecer-lhe um esquema de segurança. “Não preciso – respondeu – Dom Hélder – já tenho quem cuida de minha segurança”. Os agentes queriam os nomes mas ali nenhum registro constava dos órgãos oficiais.
“São três pessoas – a que disse apontou o arcebispo – o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.

No famoso Congresso Eucarístico de 1955, como Arcebispo Auxiliar do Cardeal D. Jaime, Dom Hélder foi a alma de tudo. Iluminado pelo Espírito Santo ia recebendo impulsos para que aquela festa fosse realmente uma glória para Deus. E o foi. Não lhe faltaram amigos, colaboradores para a realização de todos os seus sonhos. Entre os maravilhosos Congressos que já tivemos, aquele do Rio de Janeiro se tornou notável. Não sei como, num corpo tão frágil, havia tanta energia e criatividade para tudo o que se realizou naquele evento religioso que atraiu cristãos do mundo inteiro. O hino foi composto por D. Marcos Barbosa, beneditino, membro da Academia Brasileira de Letras. Ao conteúdo profundo e simples ao mesmo tempo, calhou muito bem a música que toda gente aprendeu.

À reflexão de um Cardeal Francês, impressionado com a diferença chocante entre a magnitude das riquezas que via e a miséria das favelas: “Não é irritante ver este fausto religioso num lugar rodeado de misérias?” D. Hélder calou-se.

Esta frase foi um despertar mais profundo na alma daquele Arcebispo já tão voltada para o problema dos oprimidos, para as injustiças sociais. Daí em diante ele nunca mais pôde viver acomodado. Foi o principal articulador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), embora muitos silenciassem esta iniciativa. Criada em 1952, a CNBB é hoje na igreja um modelo perfeito para os países católicos.

Por quatro vezes, entre 1970 e 1973, D. Hélder foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz. Pregava a justiça, a solidariedade, a fraternidade, a honestidade, a paz, o amor, a verdade. E isto o fazia através de toda a Europa, proibido que estava de falar no Brasil, onde era chamado de “Bispo Vermelho”. Por onde quer que passasse era o favorito ao Prêmio Nobel da Paz, mas não o recebeu, devido à pressão do governo brasileiro, então sob o domínio da Ditadura Militar. Em Paris, em 1970, reuniu mais de 20.000 pessoas para denunciar as torturas no Brasil. É claro que desagradava aos poderosos, aos culpados, aos covardes...

A obediência religiosa fez calar este homem que conquistava o mundo com sua sabedoria, sua coragem e sua santidade.

Quando Arcebispo de Olinda, recebeu um dia um grupo de fiéis, que, chorando muito, lhe contaram que eles haviam encontrado as hóstias consagradas atiradas na lama. “Que sacrilégio! Que pecado grave”! E lhe pediram para celebrar uma missa em reparação. É claro que ele aceitou, mas durante a missa, lhes disse: “Meus irmãos, como nós somos cegos! A descoberta das hóstias consagradas vos transformou. Mas o Cristo na lama, no meio de vós, é um fenômeno de todos os dias. Nós reencontramos Jesus Cristo diariamente nos Cortiços subumanos”!

“Realmente presente na Eucaristia, o Cristo conhece uma outra presença real na miséria humana. (Cahiers Saint Dominique)”.

Durante anos, D. Hélder silenciou-se sem amargura, sem recriminação, sem revolta, mas numa perfeita adesão à obediência a Deus, manifestada pelos homens.

D. Hélder possuía uma alma de poeta sensível a todo sofrimento humano. Mas gostava de um bom teatro, tinha cantores (as) e canções preferidas. O poeta que sempre nele existiu, deixou-nos livros de uma beleza comovedora, onde se misturam suas ânsias por um mundo melhor, sua capacidade de captar as maravilhas criadas por Deus e seu grande e profundo amor aos excluídos da humanidade.

Reflexões de Madre Teresa de Calcutá



"A paz começa com um sorriso."
MadreTeresa de Calcutá


“Não utilizemos bombas e armas para dominar o mundo. Vamos usar amor e compaixão. A paz começa com um sorriso - sorri cinco vezes por dia para alguém a quem não gostarias realmente de sorrir – faze isso pela paz. Então vamos irradiar a paz de Deus e assim acender a Sua luz e extinguir do mundo e dos corações de todos os homens todo o ódio e amor pelo poder.”


Para renascer contigo

"Senhor, ajuda-nos a ver a tua crucificação e ressurreição como um exemplo de como suportar e aparentemente morrer na agonia e no conflito da vida diária, para que possamos viver mais intensa e criativamente. Aceitaste paciente e humildemente a repulsa da vida humana, tanto quanto as torturas da Tua crucificação e paixão.

Ajuda-nos a aceitar as dores e conflitos cotidianos como oportunidades de crescimento de nossa pessoa e de nos tornarmos mais semelhantes a Ti, atravessando-os paciente e bravamente e confiando que Tu nos apoiarás. Faze que compreendamos que só através de renúncias freqüentes de nós mesmos e de nossos desejos egoístas poderemos viver mais plenamente; só morrendo Contigo poderemos renasce
r Contigo".

O Caminho da Vida

Mais um texto do inesquecível Charles Chaplin.


O Caminho da Vida



O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.

A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.


Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)

7 de jan. de 2008


"Não preciso me drogar para ser um gênio...

Não preciso ser um gênio para ser humano...

Mas preciso do seu sorriso para ser feliz."


Charles Chaplin


Quem foi Charles Chaplin?

Filho de artistas do vaudeville londrino, Chaplin teve uma infância miserável e chegou a roubar comida para sobreviver depois que seu pai abandonou a família e sua mãe foi internada como louca.

Ainda adolescente obteve emprego na companhia teatral de Fred Karno e, ao fazer uma excursão pelos Estados Unidos, em 1913, foi contratado por Mack Sennett para trabalhar na Keystone, o maior estúdio de comédias do cinema mudo.

Ali Chaplin criou o personagem que o tornaria famoso: o vagabundo, de bengala e chapéu-côco. Em 1919 fundou a United Artists, em sociedade com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e David W. Griffith, e passou a produzir filmes de longa-metragem. Nos anos 20 sua carreira estava no auge, mas seus problemas amorosos começaram a se agravar. Sua primeira mulher, Mildred Harris perdeu o que seria seu primeiro filho e Lita Grey, com quem se casou a seguir, o processou.

Os escândalos se seguiram, mas talvez o de maior repercussão tenha sido seu casamento, aos 56 anos, com a filha do escritor Eugene O'Neill, Oona, de 18.

Nos anos 50 foi perseguido pelo macarthismo e, após uma excursão à Europa foi impedido de retornar aos Estados Unidos. Mudou-se então para a Suíça. Anos mais tarde, os americanos tentaram se redimir concedendo-lhe um Oscar especial.

Um dos grandes gênios do cinema, Chaplin também era responsável pelas trilhas sonoras de todos os seus filmes e criou canções imortais, como "La Violetera" - de "Luzes da Cidade", "Smile" - de "Tempos Modernos" - e "Limelight" - de "Luzes da Ribalta".

Principais Filmes

Curtas:

· Carlitos Repórter (1914)
· Idílio desfeito (1914)
· O Vagabundo (1915)
· Casa de Penhores (1916)
· Rua da Paz (1917)
· O Imigrante (1917)
· Vida de Cachorro (1918)
· Ombro, Armas! (1918)
· Idílio Campestre (1919)
· Dia de Prazer (1919)

Longas:

· O Garoto (1921)
· Os Ociosos (1921)
· Dia de Pagamento (1922)
· Pastor de Almas (1923)
· Casamento ou Luxo? (1923)
· Em Busca do Ouro (1925)
· O Circo (1928)
· Luzes da Cidade (1931)
· Tempos Modernos (1936)
· O Grande Ditador (1941)
· Monsieur Verdoux (1947)
· Luzes da Ribalta (1952)
· Um Rei em Nova York (1957)
· A Condessa de Nova York (1966)

Fonte:
http://www.carlossaboia.com.br/carlitos.htm


O cantor e compositor Djavan gravou uma versão da música Smile de Charles Chaplin. Confira a letra:

Sorrir

Composição: Charles Chaplin/G.Parson/J. Turner - versão: Braguinha

Sorrir
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios

Sorrir
Quanto tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorrir
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doloridos

Sorrir
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz